Embora muitas das causas da perda auditiva pareçam óbvias, como são, por exemplo, o envelhecimento e a exposição prolongada a sons altos, existem outros fatores que não são tão evidentes. Saiba que a obesidade, tal como outros problemas e doenças ligadas ao excesso de peso, pode trazer sérias consequências para a saúde auditiva. 

O nosso sistema auditivo requer um fluxo regular de sangue e oxigénio para funcionar adequadamente. Logo, problemas vasculares resultantes da obesidade poderão afetar diretamente a sua capacidade de ouvir. 

Nas pessoas obesas, o coração é forçado a bombear o sangue com mais força para chegar a todas as partes do corpo, deixando assim as minúsculas células ciliadas do ouvido interno mais vulneráveis a acidentes. 

Essa condição, medicamente designada por vasoconstrição, pode prejudicar o ouvido interno e, à medida que o tempo passa, limitar a capacidade da pessoa ouvir normalmente. As minúsculas células ciliadas do ouvido interno, uma vez danificadas ou mortas, não podem ser tratadas nem voltam a nascer pelo que a capacidade de ouvir fica imediatamente comprometida.

De acordo com o estudo “Body Mass Index, Waist Circumference, Physical Activity, and Risk of Hearing Loss in Women”, de 2013 do American Journal of Medicine, que mediu 68.000 mulheres ao longo de vinte anos, as mulheres que mantiveram um índice de massa corporal (IMC) mais baixo e realizaram atividade física foram 17% menos propensas a desenvolver uma perda auditiva ao longo do tempo. 

Por outro lado, aquelas que apresentaram sinais de obesidade e não exerceram nenhum tipo de atividade física regularmente, foram até 27% mais propensas a apresentar perda auditiva, em função do seu grau de obesidade.

Saiba, contudo, que as questões cardíacas e cardiovasculares são apenas uma das causas da perda auditiva relacionada com a obesidade. Doenças como a diabetes, que também são propensas a desenvolverem-se como resultado do excesso de peso, também podem estar na origem da perda de audição. 

Para evitar uma situação de perda auditiva por consequência da obesidade, é de evitar ou tratar à priori a obesidade. O tratamento deve ser efetuado com a prática regular de exercícios físicos e com uma dieta de emagrecimento, sempre prescrita e orientada por um médico ou um nutricionista. 

Este tratamento e acompanhamento deve ser especialmente realizado junto das crianças com excesso de peso, por forma a evitar os casos de obesidade infantil, que estão em franco crescimento no mundo inteiro.

Em casos de obesidade mórbida poderão ser prescritos medicamentos e apresentadas outras opções clínicas ou cirúrgicas, como é o caso da cirurgia Bariátrica, do Bypass ou do Sleeve Gástrico.