
Embora muitas pessoas desconheçam, o défice de ferro - principal causa da anemia - pode ter impactos significativos na saúde, manifestando-se, sobretudo, através de sintomas como o cansaço e a palidez. A anemia, por sua vez, pode ter um impacto direto na audição.
O ferro é essencial para a produção da hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigénio, inclusive para as estruturas sensíveis do ouvido interno. Quando os níveis de hemoglobina caem para níveis abaixo do expectável, o risco de perda auditiva aumenta consideravelmente.
Por isso, identificar atempadamente a falta de ferro, assim como manter uma alimentação saudável e rica em nutrientes, são passos fundamentais, não só para repor a energia e a imunidade, como para manter uma audição saudável.
A anemia é uma condição que é muitas vezes, de forma precipitada, reduzida à ideia de fadiga e cansaço, mas o impacto na saúde vai além disso.
A anemia ferropriva, causada pelo défice de ferro, é a forma mais recorrente. O ferro é essencial para a produção de hemoglobina e, sem este, a oxigenação dos tecidos é prejudicada, levando ao cansaço, fraqueza e tonturas.
O que nem sempre é reconhecido é que a anemia afeta o sistema auditivo, concretamente o ouvido interno. O ouvido interno é especialmente sensível à falta de oxigénio, o que pode causar zumbido, sensação de pressão no ouvido e, até, a perda auditiva.
Assim, a anemia deve ser vista como uma condição sistémica, com repercussões significativas que vão além do expectável. O diagnóstico atempado e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações, sobretudo as que resultam da ligação entre anemia e audição.
A absorção de ferro ocorre no duodeno e jejuno. Após ser convertido em ferro ferroso, entra nas células intestinais e pode ser armazenado como ferritina ou transportado para o sangue. A transferrina leva o ferro até à medúla óssea, onde participa na produção de hemoglobina.
Em relação aos valores-referência de hemoglobina, estes devem estar entre os 12 e os 17 g/dL para as mulheres, e entre 13 a 17/g/dL para os homens. A ferritina, que é uma proteína produzida principalmente pelo fígado e que atua como principal forma de armazenamento de ferro no organismo, deve situar-se entre 15 a 150 µg/L nos homens e entre 12 a 300 µg/L nas mulheres. Níveis abaixo destes sugerem um défice de ferro no organismo.
Quem tem anemia vê o transporte de oxigénio no sangue a diminuir, o que pode causar hipóxia coclear, afetando as células ciliadas do orgão de Corti. A disfunção prolongada pode levar à morte celular.
Estudos mostram que a anemia ferropriva pode atrasar a maturação auditiva em recém-nascidos devido ao défice intrauterino de ferro. Em adultos, por outro lado, está associada a um risco aumentado de perda auditiva.