
O teletrabalho e audição são, hoje, dois lados da mesma moeda e, por isso, impossíveis de dissociar.
Esta ligação é visível, por exemplo, no uso prolongado de auscultadores ou de outros dispositivos que transmitem som, estando o consumo de música e as reuniões de trabalho longas entre as mais comuns. Especialmente emr relação ao teletrabalho, não são poucas as vezes em que este é realizado em ambientes com fraco isolamento sonoro, o que, se considerarmos as oito horas de trabalho diárias, a exposição ao ruído torna-se uma agravante ainda maior.
Os cenários acima referidos podem desecandear, assim, fadiga auditiva, zumbido e uma maior sensibilidade auditiva, o que poderá afetar o bem-estar físico e mental. Por conseguinte, também o desempenho no trabalho pode ser comprometido.
De acordo com as recomendações das entidades de saúde, a intensidade e a duração da exposição sonora são fatores críticos que deverão ser considerados, sendo aconselhável não ultrapassar os 80-85 decibéis (dB) em jornadas duradouras de trabalho. Assim, pensar na relação entre o teletrabalho e audição é essencial para reduzir os riscos a médio e longo prazos.
Com a transição para o teletrabalho em grande escala por parte de muitas empresas, na altura da Covid, muitos hábitos do dia a dia mantiveram-se, incluindo a forma como recebemos os estímulos sonoros e os longos períodos a que lhes estamos expostos, daí a relação entre o teletrabalho e audição.
Fruto desta mudança, houve e continua a haver, por isso, uma sobrecarga sensorial causada pelos ecrãs, ao nível visual, e pelos auscultadores, ao nível sonoro. Quando estamos em teletrabalho, a exposição a sons é uma constante: o toque das notificações de cada vez que recebemos mensagens, as constantes chamadas e videoconferências, entre outros.
Na prática, os primeiros sinais de fadiga auditiva podem manifestar-se através da crescente dificuldade em manter a concentração, sensação de ouvido "cheio" ou o cansaço após as reuniões online. No entanto, estes sinais podem não ser precocemente identificados, o que reforça a necessidade de ter uma atenção extra relativa aos sintomas e recorrer às melhores estratégias de prevenção.
Ouvimos com frequência que vivemos na Era Digital, sem nos questionarmos sobre o verdadeiros meandros que caracterizam a época tecnológica que vivemos e como esta molda o nosso dia a dia, muitas vezes sem olhar atentamente para a relação entre o teletrabalho e audição.
A dependência atual das tecnologias, quase como se fossem uma extensão do nosso corpo, trouxe desafios ao contexto laboral:
Proteger a saúde auditiva é uma preocupação que todos devemos ter em todos os contextos. No entanto, quando falamos do teletrabalho e audição, pelas questões mencionadas anteriormente, o alerta deve ser ainda maior. Adotar boas práticas ajuda, assim, não só a preservar a saúde auditiva, mas, também, a melhorar o bem-estar e a produtividade.
Algumas destas práticas podem incluir:
Alguns especialistas sugerem a regra prática dos 60/60, isto é, que o volume do som nunca deve exceder 60% do seu volume máximo e, no máximo, durante 60 minutos.
Assim, é possível fazer pausas que irão permitir diminuir o risco de perda auditiva.
Existem algumas apps disponíveis que disparam alertas de cada vez que o volume recomendado é ultrapassado, garantindo um nível de som mais seguro para o utilizador.
Esta questão é especialmente relevante na ligação teletrabalho e audição, uma vez que muitos trabalhadores utilizam diariamente uma grande variedade de aplicações.
Se já mencionámos as consequências da ligação entre o teletrabalho e audição devido à exposição a elevados níveis sonoros, os efeitos no bem-estar psicológicos também não devem ser, de todo, descurados. A médio prazo, todo este estímulo sonoro irá trazer consequências ao nível da ansiedade, do humor e comprometer o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.
Conheça melhor o impacto da fadiga auditiva no bem-estar psicológico:
O zumbido e a irritabilidade sonora como sintomas psicológicos: os ruídos que poderão estar em redor, quando trabalhamos a partir de casa, podem intensificar a ansiedade, gerando maiores níveis de stress que poderão comprometer o desempenho diário e, até, a qualidade de vida.
Consequência nas relações profissionais: além da expectável consequência ao nível da produtividade, a fadiga auditiva também desempenha um papel no enfranquecimento da concentração, originando falhas na comunicação com colegas de trabalho.
Assim, para evitar que os estímulos sonoros sejam prejudiciais na relação entre o teletrabalho e audição, não se esqueça de fazer pausas regulares, de optar por ambientes silenciosos ou com o menor ruído possível.
No caso de não lhe ser possível estar num ambiente ideal e aperceber-se de que já tem algum dos sintomas, deverá procurar ajuda de audiologistas certificados e apoio psicológico, se necessário.